Olha a banda filarmónica, a tocar na minha rua. Vai na banda o meu amor a soprar a sua tuba. Ele já tocou trombone, clarinete e ferrinhos, só lhe falta o meu nome suspirado aos meus ouvidos. Toda a gente - fon-fon-fon-fon - só desdizem o que eu digo: "Que a tuba - fon-fon-fon-fon - tem t?o pouco romantismo..." Mas ele toca - fon-fon-fon-fon - e o meu cora??o rendido só responde - fon-fon-fon-fon - com ternura e carinho. Os meus pais já me disseram: “ó Filha, n?o sejas louca! Que as Varia??es de Goldberg p'lo Glenn Gould é que s?o boas!” Mas a música erudita n?o faz grande efeito em mim: do CCB, gosto da vista; da Gulbenkian, o jardim. Toda a gente -fon-fon-fon-fon. só desdizem o que eu digo: "Que a tuba -fon-fon-fon-fon- tem t?o pouco romantismo...” Mas ele toca - fon-fon-fon - e cá dentro soam sinos! No meu peito -fon-fon-fon-fon- a tuba é que me dá ritmo. Gozam as minhas amigas com o meu gosto musical que a cena é “electroacústica” e a moda a “experimental”... E nem me falem do rock, dos samplers e discotecas, n?o entendo o hip-hop, e o que é top é uma seca! Toda a gente -fon-fon-fon-fon- só desdizem o que eu digo: “Que a tuba -fon-fon-fon-fon- tem t?o pouco romantismo..." Mas ele toca -fon-fon-fon-fon- e, às vezes, n?o me domino. Mando todos -fon-fon-fon-fon- que ele vai é ficar comigo! Mas ele só toca a tuba e quando a tuba n?o toca, dizem que ele continua; que em vez de beijar, ele sopra... Toda a gente - fon-fon-fon.fon - só desdizem o que eu digo: “Que a tuba - fon-fon-fon-fon - tem t?o pouco romantismo...” Mas ele toca -fon-fon-fon-fon- e é a fanfarra que eu sigo. Se o amor é fon fon fon fon que se lixe o romantismo!