Angra desolada, dia que não raia Barcos submersos, rochas de atalaia. Redes agonizam pelo chão da praia, Lemes submissos, dia que não raia azul. Nuvens de ameaça, lua prisioneira. Águas assassinas, chuva carpideira. Volta ao porto o corpo morto De outro moço: Cruz de carne e osso Que tentou fugir no mar. Asas invisíveis sobre o meu silêncio Facas dirigidas contra o que eu não tento, E hoje o mar de Angra Sangra dos meus olhos Precipício aberto De onde me arrebento.